PELO FIM DA GUERRA: NOVA PROPOSTA DE CESSAR-FOGO DO HAMAS PREVÊ TRÊS FASES COM DURAÇÃO DE 45 DIAS CADA; ENTENDA
Pelo fim da
guerra: nova proposta de cessar-fogo do Hamas prevê três fases com duração de
45 dias cada; entenda
Contraproposta responde a esboço
elaborado em Paris no mês passado; Catar afirma estar 'otimista', mas texto
apresenta termos já rejeitados por Israel previamente
Por O Globo e agências internacionais —
Doha
07/02/2024 07h55 Atualizado há 3 dias
O Egito e o Catar acolherão uma nova rodada de negociações no Cairo para tentar alcançar a "calma na Faixa de Gaza" e a troca de prisioneiros palestinos por reféns capturados de Israel a partir desta quinta-feira, um dia depois de vir a público detalhes da proposta do grupo terrorista Hamas para um plano de cessar-fogo que levaria ao fim da guerra, que completou quatro meses nesta quarta-feira. Avi Hyman, porta-voz do governo israelense, afirmou que o Mossad (serviço de Inteligência externa de Israel) "está analisando de forma atenta o que nos foi apresentado". Em nova visita à região, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, indicou que espera chegar a um acordo, mas alertou que há “muito trabalho a fazer”.
A contraproposta do Hamas foi apresentada na terça-feira a partir de um esboço elaborado pelo Catar, Egito e os Estados durante negociações no mês passado em Paris. Recebida com otimismo pelos mediadores, a resposta do grupo para uma nova trégua — em novembro, uma paralisação temporária dos combates possibilitou a libertação de mais de 100 das quase 240 pessoas mantidas como reféns — inclui, contudo, a reivindicação de uma retirada militar israelense completa de Gaza, algo até agora rejeitado publicamente pelo Estado judeu, que prometeu sair somente após a eliminação completa do grupo fundamentalista islâmico.
Nem o Hamas nem Israel divulgaram formalmente detalhes sobre o texto. Mas o jornal libanês Al-Akhbar, considerado próximo do grupo xiita libanês Hezbollah, um aliado do Hamas, publicou uma versão vazada nesta quarta-feira, oferecendo a visão mais detalhada até agora dos termos do grupo para pôr fim aos combates. Sob condição de anonimato, um alto integrante do Hamas e uma autoridade israelense confirmaram que o texto correspondia à contraproposta do Hamas.
135 dias de trégua
Sob o plano, os dois lados observariam um cessar-fogo em três estágios por 135 dias, cada um deles durando 45 dias, durante os quais presos palestinos seriam trocados pelos reféns sequestrados durante o 7 de outubro, quando o Hamas também deixou mais de 1,2 mil mortos em Israel — o pior ataque contra o país desde sua formação, em 1948. Como resposta ao ataque, Israel iniciou uma campanha militar aérea e terrestre que deixou mais de 28 mil mortos, segundo o Ministério de Saúde de Gaza, território que é controlado pelo Hamas desde 2007.
Na primeira fase, as forças israelenses se retirariam das áreas residenciais de Gaza, permitindo o retorno dos moradores do enclave a suas áreas de origem. O movimento também pede a entrada de mais ajuda humanitária — um mínimo de 500 caminhões diários com suprimentos, combustíveis e outras mercadorias — e o início da reconstrução de hospitais e residências, assim como a criação de acampamentos temporários. Nessa etapa, o Hamas reivindica a libertação de todas as mulheres, menores de 19 anos e idosos presos por Israel. Em troca, o grupo se compromete a soltar reféns nas mesmas categorias, com exceção de soldados mulheres.
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