'DOUTRINA DONROE': COMO TRUMP VÊ A AMÉRICA LATINA, SEGUNDO SUA ESTRATÉGIA DE SEGURANÇA NACIONAL E A PREOCUPAÇÃO SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS IMPREVISÍVEIS, DE APLICAR PRESSÃO MILTAR SOBRE A AMÉRICA LATINA

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com um boné vermelho com os dizeres "Golfo da América" em inglês

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,A nova Estratégia de Segurança Nacional retoma a Doutrina Monroe

'Doutrina Donroe': como Trump vê a América Latina, segundo sua estratégia de segurança nacional

    • Author,Ayelén Oliva
    • Role,BBC News Mundo
  • Tempo de leitura: 7 min

O recente bloqueio "total e completo" de todos os navios petrolíferos sancionados que entrarem e saírem da Venezuela e o resgate financeiro incomum à Argentina são amostras da relevância da América Latina para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

nova Estratégia de Segurança Nacional americana reafirma a decisão dos Estados Unidos de ampliar sua presença militar e influência na região. Publicada pela Casa Branca no dia 4 de dezembro, o documento reflete a visão de mundo do atual governo americano.

"Meu governo agiu com urgência e velocidade histórica para restaurar a força dos Estados Unidos no país e no exterior", afirma a carta assinada pelo presidente Trump, que abre o documento de 33 páginas.

Segundo as novas diretrizes de segurança, Trump observa a América Latina decidido a frear a imigração ilegal, conter o avanço do narcotráfico e melhorar as relações com seus aliados ideológicos e parceiros comerciais.

Para isso, ele propõe a retomada da política externa do ex-presidente James Monroe (1758-1831): "A América para os Americanos."

Com a Doutrina Monroe, os Estados Unidos declararam, em 1823, sua intenção de proteger a região contra o avanço de potências de outros continentes.

"Depois de anos de abandono, os Estados Unidos reafirmarão e aplicarão a Doutrina Monroe para restaurar a proeminência americana no hemisfério ocidental", segundo o documento.

Esta abordagem recebeu o nome de "corolário Trump à Doutrina Monroe", mas foi apelidado de "Doutrina Donroe", uma combinação dos nomes Donald e Monroe.

O termo apareceu em janeiro na primeira página do jornal New York Post e foi rapidamente adotado por analistas americanos e pela imprensa internacional.

Estaríamos então frente a uma nova Doutrina Monroe na região?

Quais são as preocupações e interesses de Trump na América Latina? E como ele fará para ampliar sua influência no continente?

O porta-aviões USS Gerald R. Ford.

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,O porta-aviões USS Gerald R. Ford aguarda no Caribe, em frente ao litoral da Venezuela

De Monroe a Trump

Para que os Estados Unidos possam consolidar seu poder global, Trump entende que seu país deve primeiramente reafirmar sua influência na região.

"Os Estados Unidos devem ser proeminentes no hemisfério ocidental, o que é uma condição para nossa segurança e prosperidade, que permite nos afirmarmos com confiança onde e quando necessitarmos na região", segundo a nova estratégia.

Para o pesquisador de Estudos Latino-Americanos do think tank (centro de pesquisa e debates) Conselho de Relações Exteriores, Will Freeman, Trump procura dar um "novo alento a uma velha ideia".

"É uma espécie de justificativa ideológica para a intervenção dos Estados Unidos ou para a linha dura na região, concentrada explicitamente na imigração", declarou Freeman à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

"Mas o documento também menciona os cartéis de drogas e as incursões estrangeiras hostis, o que relembra a Doutrina Monroe na sua versão original", destaca ele.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, ao lado do presidente Donald Trump

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Legenda da foto,Trump ordenou que o Golfo do México passe a se chamar Golfo da América

Criar uma estratégia inspirada na antiga Doutrina Monroe não é uma ideia nova.

Em 1904, o então presidente Theodore Roosevelt (1858-1919) estabeleceu seu próprio "corolário Roosevelt" àquela doutrina do século 19.

Naquele momento, Roosevelt defendia que os Estados Unidos deveriam intervir nos países da região que não fossem capazes de cumprir com seus compromissos financeiros ou cuidar das suas democracias, explica Freeman.

De qualquer forma, o que sabemos até o momento sobre o chamado "corolário Trump" é muito vago. Por isso, o analista recomenda não considerá-lo um plano estratégico, mas uma declaração de princípios.

"Trump não segue uma política externa suficientemente consistente para ser chamada de doutrina", segundo ele. "Também não faz nenhuma declaração que nos ajude a entender como as medidas que ele está tomando se relacionam com seus objetivos mais ambiciosos."

Interesses na região

Para Trump, os países da América Latina são a origem de muitos dos problemas enfrentados pelos Estados Unidos. Mas também podem ser a chave para sua solução.

O documento apresenta a "migração ilegal e desestabilizadora" como um dos principais problemas originados na América Latina. Afinal, a metade dos imigrantes que vivem nos Estados Unidos provém do continente, principalmente do vizinho México.

"É a região do mundo que mais interessa para seus objetivos de política interna", destaca Freeman.

Por outro lado, ele menciona o perigo representado pelos cartéis de drogas, considerando que quase toda a cocaína consumida nos Estados Unidos provém de três países da região: Colômbia, Peru e Bolívia.

Neste particular, a nova arquitetura de segurança nacional se baseia no fato de que os Estados Unidos consideram a região como "parte da sua fronteira de segurança interna", segundo o professor Bernabé Malacalza, autor do livro Las Cruzadas del Siglo XXI ("As cruzadas do século 21", em tradução livre), que trata das relações entre os Estados Unidos e a China.

"A América Latina passou a ser prioridade para os Estados Unidos", afirma o professor da Universidade Torcuato Di Tella, na Argentina. Para ele, o continente "adquiriu uma posição que antes não tinha, o que se explica pelo protagonismo alcançado pela segurança do hemisfério."

Donald Trump e Javier Milei, com as bandeiras dos Estados Unidos e da Argentina

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Legenda da foto,O presidente da Argentina, Javier Milei, passou a ser aliado de Donald Trump na região

O documento também menciona a necessidade de limitar as incursões estrangeiras hostis. Esta é claramente uma referência à China, mesmo sem mencionar nominalmente o país asiático.

Em termos comerciais, Trump procura melhorar seus acordos com os parceiros da região, com seu slogan America First (Os Estados Unidos em primeiro lugar).

A nova estratégia defende o uso de "alíquotas e acordos comerciais recíprocos como ferramentas poderosas", algo que o governo Trump já colocou em prática com diversos países do continente, com resultados distintos.

No caso específico do México, a Casa Branca sabe que as empresas americanas também foram afetadas pelas disputas comerciais.

"Por isso, Trump procura consolidar acordos orientados ao nearshoring", a estratégia de transferir parte da produção para países próximos dos consumidores. "Ele entende que a região faz parte da reconfiguração das cadeias de valor", segundo Malacalza.

Trump deseja não apenas o crescimento das empresas americanas, mas que os países aliados fortaleçam suas economias nacionais, de forma a intensificar as relações comerciais.

Segundo o documento, "um hemisfério ocidental economicamente mais forte e sofisticado se transforma em um mercado cada vez mais atraente para o comércio e os investimentos dos Estados Unidos".

"Os países da região representam impacto desproporcional sobre estes assuntos internos, muito importantes para Trump e que também interessam sua base política", descreve Freeman.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

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Legenda da foto,Nicolás Maduro denuncia que Trump deseja derrubá-lo da presidência da Venezuela e ficar com o petróleo do país

Represálias e recompensas

O mastodôntico porta-aviões USS Gerald R. Ford está no Caribe desde novembro. Sua presença serve não só para pressionar o governo venezuelano, mas também como reflexo dos novos posicionamentos dos Estados Unidos em relação à segurança.

A nova estratégia afirma que a Casa Branca pretende destacar "presença [militar] mais adequada" e realizar "destacamentos específicos" para controlar as fronteiras terrestres e as rotas marítimas.

Os Estados Unidos chegam a possibilitar "o uso de força letal para substituir a fracassada estratégia baseada apenas na aplicação da lei das últimas décadas", segundo o documento.

"A força é o melhor elemento de dissuasão", destaca a Casa Branca, deixando aberta a opção de represálias na sua política externa.

O governo Trump declarou que procura reviver a ideia de "paz pela força", o lema do ex-presidente americano Ronald Reagan (1911-2004), baseado em usar o poderio militar para garantir a estabilidade.

Mas, para Malacalza, a política de segurança em relação à América Latina "não configura uma arquitetura regional ou hemisférica, mas sim procura fazer com que os países se alinhem aos Estados Unidos e, em última instância, a Trump".

Os presidentes de El Salvador, Nayib Bukele, e dos Estados Unidos, Donald Trump

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Por outro lado, os Estados Unidos oferecem uma série de recompensas para seus aliados.

"Recompensaremos e incentivaremos os governos, partidos políticos e movimentos da região que se alinharem amplamente aos nossos princípios e estratégia", destaca o documento.

A política dos Estados Unidos deveria, segundo o documento, concentrar-se em apoiar líderes e aliados regionais "capazes de promover uma estabilidade razoável na região", que ajudem a frear a migração ilegal e a neutralizar os cartéis.

Esta política de recompensas foi observada em outubro, quando Trump anunciou o resgate de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 110 bilhões) para a Argentina. Ou no mês seguinte, quando foram assinados acordos com o Equador, El Salvador e a Guatemala, além da própria Argentina, para reduzir as alíquotas de importação.

Em qualquer dos casos, os analistas consultados pela BBC afirmam que a chamada "Doutrina Donroe" entende que a região é principalmente um lugar de ameaças, mais do que de oportunidades.

"Eles se preocupam muito mais em evitar que as ameaças perigosas da América Latina cheguem aos Estados Unidos, segundo eles, do que em aproveitar as oportunidades oferecidas pela região", resume Freeman.

Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/articles/c9vjl71kgnno

A doutrina de 200 anos que Trump usa para aplicar pressão militar sobre América Latina

Donald Trump

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    • Author,Redação
    • Role,BBC News Brasil
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Quando a Casa Branca divulgou, na sexta-feira, a nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Strategy), um detalhe chamou a atenção de diplomatas e especialistas em relações internacionais: o documento cita nominalmente a Doutrina Monroe, formulada há mais de dois séculos, e diz que Washington deve "retomar" seus princípios no relacionamento com a América Latina.

A referência reacende uma das ideias mais antigas — e controversas — da política externa americana.

Criada em 1823, a Doutrina Monroe afirmava que qualquer intervenção de potências europeias no hemisfério ocidental seria vista pelos EUA como uma ameaça direta à sua segurança.

Ao mesmo tempo, estabelecia a região como uma esfera prioritária de interesse estratégico dos Estados Unidos.

Dias antes da divulgação da estratégia, o presidente Donald Trump publicou uma mensagem oficial marcando o aniversário da Doutrina Monroe.

No texto, ele descreveu o princípio criado no século 19 como "fundamental" para a história dos EUA e disse que sua administração está comprometida com a proteção do hemisfério ocidental.

A coincidência entre a mensagem presidencial e a publicação da estratégia nacional reforçou a leitura de que Washington deseja recolocar a América Latina no centro de sua política externa.

Por que a menção à Doutrina Monroe agora?

Segundo o documento divulgado na sexta, o governo Trump considera que ameaças externas na América Latina — especialmente a influência econômica e tecnológica da China e a presença de redes criminosas transnacionais — exigem uma postura mais ativa de Washington.

O texto menciona que os EUA "devem recuperar a clareza estratégica" da Doutrina Monroe para garantir estabilidade regional e impedir que "adversários" fortaleçam presença militar ou econômica em países do hemisfério.

A nova estratégia também descreve a América Latina como um "front central" na disputa geopolítica contemporânea, justificando o reposicionamento de recursos militares, diplomáticos e de inteligência.

O documento afirma que alianças hemisféricas devem ser reforçadas e que Washington "não aceitará interferências hostis" na região.

O que foi a Doutrina Monroe

A Doutrina Monroe surgiu em um contexto de disputa imperial. Em 1823, os Estados Unidos buscavam evitar que potências europeias - especialmente Espanha, França e Grã-Bretanha - retomassem influência sobre territórios recém-independentes na América Latina.

O presidente James Monroe apresentou então uma política baseada em dois pilares: a oposição a qualquer tentativa europeia de recolonização ou intervenção no continente, que seria interpretada como ameaça à segurança dos EUA, e o compromisso de que Washington não se envolveria em conflitos internos da Europa, preservando seu próprio espaço geopolítico.

Com o passar das décadas, no entanto, a doutrina deixou de ser apenas uma declaração de princípios defensivos. Especialmente a partir do fim do século 19, ela passou a ser reinterpretada por diferentes governos dos Estados Unidos como justificativa para intervenções diretas ou indiretas no Caribe e na América Central.

O chamado Corolário Roosevelt, de 1904, ampliou a ideia original ao afirmar que os EUA poderiam intervir em países da região para "estabilizar" governos considerados incapazes de cumprir obrigações internacionais.

Esse histórico faz com que a doutrina seja vista, por muitos países latino-americanos, como um símbolo do intervencionismo americano no hemisfério.

Por que a reaproximação com a doutrina gera preocupação

Duzentos anos após sua formulação, a referência no texto de segurança nacional não significa, necessariamente, a adoção de uma política idêntica à da virada do século 19 para o 20 — mas indica que Washington pretende reforçar a lógica hemisférica como base para decisões estratégicas.

Para governos latino-americanos, especialistas e diplomatas, o desafio agora será interpretar até que ponto essa menção representa uma mudança concreta de postura dos EUA — e o que isso pode significar para o equilíbrio político e militar na região nos próximos anos.

Em reportagem publicada pela Reuters em 5 de dezembro, correspondentes internacionais e analistas consultados pelo veículo afirmam que a citação explícita à Doutrina Monroe — em vez de referências indiretas — marca uma mudança de tom na política externa norte-americana.

Ainda segundo a Reuters, o documento descreve a visão do governo Trump como uma forma de "realismo flexível" e argumenta que os EUA devem "reviver" a doutrina do século 19, que considerava o hemisfério ocidental como uma zona de influência de Washington.

A referência explícita à Doutrina Monroe também provocou reações na Europa. Segundo a mesma reportagem da Reuters, o documento critica aliados europeus por apresentarem "coordenação estratégica insuficiente" e alerta que o continente enfrenta o risco de "civilizational erasure" ('apagamento civilizacional'), expressão usada no texto oficial.

Diplomatas europeus consultados pela agência expressaram preocupação de que essa formulação possa sinalizar um afastamento da cooperação transatlântica em temas de segurança.

Dentro dos Estados Unidos, a Reuters relata que a retomada da doutrina divide acadêmicos e antigos formuladores de política externa.

Alguns entrevistados pela agência consideram a referência histórica sobretudo simbólica, enquanto outros alertam que associar a política atual à Doutrina Monroe pode reforçar percepções negativas sobre o papel dos EUA na América Latina, especialmente à luz de intervenções ocorridas ao longo do século 20.

Por que isso importa agora para a América Latina

A divulgação da nova Estratégia de Segurança Nacional ocorre em um momento em que diversos países latino-americanos enfrentam instabilidade política, pressões econômicas e desafios de segurança que afetam diretamente a relação da região com os Estados Unidos.

O documento divulgado pelo governo Trump menciona explicitamente preocupações com tráfico transnacional de drogas e armas, fluxos migratórios em direção ao território americano, operações de inteligência de potências rivais e vulnerabilidades em infraestruturas críticas — especialmente em redes energéticas e digitais.

Para Washington, enfrentar esses problemas exige maior cooperação militar e de segurança com governos locais, algo que, na interpretação apresentada pela Casa Branca, se encaixa na lógica de "proteção hemisférica" vinculada historicamente à Doutrina Monroe.

A nova estratégia também ganha relevância porque coincide com uma escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Nas últimas semanas, o governo Trump intensificou a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, ampliando o valor da recompensa oferecida por informações que levem à sua captura e reforçando a posição de que a eleição presidencial venezuelana de 2024 foi ilegítima.

A crise política interna venezuelana — marcada pela disputa entre Maduro e a oposição, pelo controle de instituições e por denúncias de fraude eleitoral — segue como um dos principais focos de atrito entre Washington e Caracas.

Paralelamente, os EUA mobilizaram um contingente militar sem precedentes recentes na região. Cerca de 15 mil militares, além de porta-aviões, destróieres e navios de assalto anfíbio, foram enviados ao Caribe para compor uma operação classificada por Washington como destinada a combater o tráfico internacional de drogas.

Desde setembro, forças norte-americanas realizaram mais de 20 ataques contra embarcações em águas internacionais que, segundo o governo dos EUA, transportavam drogas em direção ao país. Mais de 80 pessoas morreram nessas ações.

Autoridades americanas descrevem os alvos como integrantes de organizações criminosas transnacionais envolvidos em "guerra irregular" contra os Estados Unidos — uma caracterização que tem gerado debate jurídico sobre a legalidade das operações.

O tema migratório também atravessa a relação bilateral. O governo Trump vincula o aumento da migração venezuelana à permanência de Maduro no poder e afirma que a crise econômica, a repressão política e o colapso de serviços essenciais no país contribuem para o deslocamento de milhões de pessoas pelo continente.

Quase oito milhões de venezuelanos deixaram o país na última década, muitos deles tentando chegar aos EUA após percorrer rotas terrestres pela América Central.

Enquanto isso, autoridades dos EUA afirmam que grupos criminosos venezuelanos, como o Tren de Aragua e o chamado Cartel de los Soles, estariam envolvidos no tráfico internacional e teriam ligações com altos funcionários do governo Maduro, alegação negada por Caracas.

Especialistas independentes observam que o Cartel de los Soles não funciona como uma organização centralizada, mas como um termo usado para descrever redes de corrupção que facilitam o trânsito de drogas pelo país.

Ao mesmo tempo, a Venezuela não aparece entre os principais produtores de cocaína ou fentanil; no caso deste último, dados oficiais norte-americanos apontam o México como principal origem da substância que entra nos EUA.

Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckg9q0xnr15o

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